Celulares no centro dos debates sobre educação e bullying digital
16/02/2024 Cyberbullying, Dicas
Os dispositivos eletrônicos e o mundo virtual estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas.
Jovens da geração Z praticamente já nasceram conectados e sequer conhecem um mundo sem internet Essa ‘imersão digital”, ao mesmo tempo em que abre novas possibilidades, desconecta as pessoas da realidade, impondo enormes desafios, principalmente para a Educação e o combate a uma forma global de violência: o bulying digital.
Os debates e as restrições sobre uso de celulares e tablets em sala de aula ocorrem em todo o mundo.
Países como a Finlândia, Holanda, Portugal e Estados Unidos já proibem total ou parcialmente o uso de dispositivos eletrônicos no período escolar.
O Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023 da UNESCO, intitulado A tecnologia na educação, uma ferramenta a serviço de quem?, já aponta os riscos dos eletrônicos para a educação de crianças e jovens.
No Brasil, um projeto de 2015, em análise na Câmara dos Deputados, visa proibir o uso dos eletrônicos em classe, com exceção para os utilizados para atividades relacionadas às aulas.
No Rio de Janeiro, alunos da rede municipal de ensino já estão proibidos de utilizar celular em aula.
Paradoxalmente, foi no próprio Rio de Janeiro, em uma escola privada, que o uso de dispositivos eletrônicos por estudantes mostrou sua face mais perigosa. Recentemente, cerca de 20 alunas foram vítimas de “fake nudes”, criados por outros estudantes com uso de inteligência artificial e espalhados pela internet, por redes sociais.
O abalo para as vítimas e os prejuízos para a reputação da escola ficaram evidentes. O colégio não conseguiu identificar ou evitar o problema. Para as escolas, estar em conformidade com a Lei 13.185/2015 (Lei do Bullying) é uma exigência, e o próprio mercado vai se encarregar de um dia extinguir as instituições que não se adequarem à lei, e não estiverem preparadas para combater o bullying.
Mas não basta a ação das escolas. A supervisão dos pais sobre o uso do celular pelos filhos é crucial para protegê-los de riscos como o bullying digital. Aqui cito estratégias que os pais podem adotar, com e sem o uso de programas ou aplicativos de controle parental:
Sem programas ou aplicativos de controle parental
• Conversas regulares: inicie discussões abertas sobre a importância da segurança on-ine e os riscos do bullying digital. Isso pode ajudar as crianças e jovens a se sentirem confortáveis para compartilhar suas experiências on-ine.
• Educação digital: ensine sobre comportamento online responsável e as consequências de interações negativas na internet.
• Navegação conjunta: periodicamente, navegue na internet e nas redes sociais com seus filhos, mostrando interesse pelas atividades deles on-ine de maneira não intrusiva.
• Revisão das configurações de privacidade: oriente e ajude seus fihos a configurar as alternativas de privacidade em suas contas de mídias sociais, para controlar quem pode ver e interagir com o que postam.
• Atenção aos sinais: esteja atento a mudanças de comportamento, uso excessivo ou secreto do celular, e sinais de estresse ou tristeza.
• Observação das atividades: conheça os amigos dos seus filhos on-line e off-line, e observe os tipos de jogos e aplicativos que eles utilizam.
Com programas ou aplicativos de controle parental
• Filtros de conteúdo: use aplicativos de controle parental para filtrar e bloquear conteúdo impróprio ou sites conhecidos por problemas de bullying.
• Restrição de downloads: configure restrições para impedir o download de aplicativos ou jogos sem consentimento prévio.
• Logs de atividades: alguns aplicativos de controle parental oferecem registros detalhados das atividades on-line, indicando tempo de tela, aplicativos usados, e histórico de navegação.
• Alertas de palavras-chave: configure alertas para palavras-chave que possam indicar bullying ou conteúdo inapropriado.