Criminalização do bullying nas escolas e o caso triste de Lucas, filho da cantora Walkyria Santos
03/12/2021 Bullying, Cidadania Digital, Educação Digital e Bullying, Palestra
Lucas, filho da cantora Walkyria Santos foi mais uma das vítimas do cyberbullying.
Atualmente, pais, escolas, a mídia e a sociedade em geral parecem estar cada vez mais conscientes da questão do bullying, mas ainda estamos engatinhando em termos de educação digital. Muitos não conhecem a lei do bullying 13.185/15. Muitos não sabem que palavras digitadas podem marcar pessoas como ferro em brasa. O adolescente Lucas, filho da cantora Walkyria Santos, tirou a própria vida em razão dos insultos e ofensas na internet, em razão de um vídeo inocente publicado no TIK TOK.
Os xingamentos e provocações comuns entre os adolescentes deixaram de ser considerados brincadeira lei e são levados a sério na luta contra o abuso de crianças e jovens que não podem se defender. Para evitar o perigo de manipulação dos jovens na internet, a orientação e vigilância dos pais torna-se muito importante. Não julguem Walkyria como mãe; nesse momento de dor é necessária a compaixão e suporte emocional – guarde as críticas destrutivas para si e não dissemine o ódio nas redes sociais.
Como mãe, meu coração está em pedaços ao saber dessa notícia. Como militante do combate ao bullying, não poderia jamais me calar diante de mais um ataque dos haters que causam danos descomunais.
Por essa razão eu exijo e cobro dos nossos deputados e senadores a criminalização do bullying e do cyberbullying, para que se possa proteger as vítimas e exigir políticas públicas com mais efetividade!
O poder de destruição do cyberbullying sobre as vítimas é maior, porque o público, aquela plateia que “assiste” os ataques, ultrapassa as fronteiras da escola e repercute de forma mundial na internet. As ofensas de transmitem para outras esferas de convívio da vítima, como os amigos, familiares e colegas.
Para ser um cyberbullie (valentão, agressor digital), não é preciso ser o mais forte, o mais popular ou o mais temido do grupo. Agora basta apenas ter acesso a um celular ou a interne e ser covarde o bastante para reduzir a outra pessoa a escombros de humanidade.
É importante dar esperança para as vítimas do cyberbullying e mostrar a elas que não estão sozinhas. Conheça algumas celebridades que sofreram bullying antes da fama, portanto, não se desespere e sempre denuncie casos de bullying e cyberbullying para a família, escola e autoridades
Marina Ruy Barbosa já foi alvo de piadas na escola por conta de suas sardas e seus cabelos ruivos (não pense que é fácil a vida de pessoas ruivas…)
Susan Boyle, cantora maravilhosa que ficou famosa ao ser descoberta em um concurso na TV, contou que pensou em suicídio na época em que era vítima de bullying na escola onde estudava, por ser julgada e condenada por não ter o suposto e inatingível “padrão de beleza”.
Rihanna, a cantora mundialmente premiada, nasceu em Barbados, sofreu bullying durante a infância por ter a cor da pele mais clara do que as pessoas de sua região.
Lady Gaga é uma das maiores combatentes do bullying e do cyberbullying no mundo. Ela contou que, por ser sempre diferente dos outros jovens, sofria com xingamentos dos colegas e chegou a ser jogada na lata do lixo por alguns colegas da escola.
Escrevo esse artigo para que todos compreendam que podem transformar o veneno em remédio. Mas para isso precisamos de ações para que o cyberbullying seja considerado como crime para a lei brasileira.
Denuncie SEMPRE os casos de bullying e cyberbullying. Jamais permita que QUALQUER PESSOA (colega, amigo, celebridade ou desconhecido) sofra em silencio em razão da sua covardia. Se não denunciar, a próxima vítima poderá ser você!
Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita
Advogada, palestrante e sócia-fundadora de Siqueira Lazzareschi de Mesquita Advogados. Graduada em Direito e pós-graduada em Direito Empresarial pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora Mestre em Direito Civil Comparado pela PUC/SP. Licensed Practitioner of NLP pela Sociedade Internacional de Programação Neurolinguística. Membro da Comissão de Direito Digital e da Comissão de Estudos de Direito da Moda Digital da OAB/SP. Diretora de Inovação da Class Net Treinamentos e Educação Digital. Colunista da Revista Direcional Escolas. Autora do livro Comentários a lei do Bullying número 13.185/15. Idealizadora do programa jurídico-pedagógico “Proteja-se dos Prejuízos do Cyberbullying” implementado nos melhores colégios do Brasil, para a solidificação dos ideais de paz, cultura e educação digital.